A decisão da Prefeitura de Caieiras de encerrar as turmas de Maternal I da EMEMI Tia Ilse Neufeuld Dell Porto e transferi-las para o Núcleo de Educação e Cultura (NEC) tem gerado forte reação de famílias e da comunidade escolar, como mostrou o Caieiras Notícias aqui. O abaixo-assinado já conta com mais de 400 assinaturas.
Atualmente, a Tia Ilse atende Berçário I, Berçário II e Maternal I, todas faixas etárias que compõem o ciclo da creche, segundo a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), as Diretrizes Curriculares Nacionais e as próprias Diretrizes Municipais de Caieiras. Um relatório técnico elaborado por pais e profissionais da educação argumenta que retirar o Maternal I dessa escola “cria uma ruptura inexistente nas normas”, uma vez que não existe transição dentro da creche, apenas da creche para a pré-escola.
“Essa mudança é prejudicial em todos os sentidos. A minha filha entrou este ano no Berçário II, com um ano e quatro meses. Teve muita dificuldade de adaptação, mas a escola foi extremamente acolhedora. As professoras e a coordenação foram incríveis, e hoje ela vai feliz, segura. Foi entrar lá e começou a andar, a falar tudo. Agora esses ganhos correm o risco de serem desperdiçados com uma nova adaptação”, contou uma mãe ouvida pela reportagem.
Segundo o relatório, a transferência desconsidera não apenas a continuidade pedagógica, mas também o vínculo afetivo e emocional das crianças com o espaço.
Além dos impactos psicológicos, há preocupações logísticas. O NEC, para onde as crianças seriam levadas, não foi projetado para crianças de 2 anos, possui rampas longas, áreas abertas expostas ao vento e dificuldades de acessibilidade. “Mesmo as peruas escolares não fazem o trajeto até o NEC. Não há como garantir a segurança de crianças tão pequenas. São crianças que mal começaram a andar”, diz a mesma mãe.
O documento ainda aponta que as famílias não foram ouvidas adequadamente. Embora o prefeito Gilmar Lagoinha tenha defendido publicamente o diálogo entre comunidade e gestão, pais afirmam que a Secretaria de Educação agiu de forma unilateral. “Apresentamos o relatório técnico e falamos dos impactos, mas a secretária disse que ‘as crianças não contam‘. Sentimos uma imensa falta de sensibilidade para conduzir uma decisão que afeta o desenvolvimento infantil”, critica a mãe, que contou também que relataram que o vereador Panelli tentou intermediar o diálogo, propondo alternativas que não envolvessem a mudança. No entanto, a resposta da Secretária de Educação teria sido categórica: “Já está decidido.”
Para as famílias, a solução deveria ser o oposto: expandir a Tia Ilse, não esvaziá-la. “É uma escola privilegiada pela localização e pelo trabalho exemplar que realiza. Querem tirar as salas de um lugar que funciona e colocar as crianças num prédio que não foi feito para elas. Estão passando por cima de toda a legislação e de um trabalho construído com muito cuidado”, afirma a mãe.
O que diz a Secretaria de Educação?
Entramos em contato com a Prefeitura de Caieiras no dia 24 de setembro, por meio do e-mail da Secretaria de Comunicação Social utilizado para comunicações com a imprensa, solicitando informações sobre o assunto. No entanto, a mensagem retornou por duas vezes com o aviso de que “a configuração do servidor remoto está incorreta”, o que pode indicar que o canal de comunicação da Prefeitura apresenta problemas. Portanto, não obtivemos resposta, mas o espaço permanece aberto para eventuais manifestações.











Se a prefeitura está fazendo a mudança, certamente é porque há necessidade, sendo assim; os pais devem seguir a mudança.
Caso contrário, a reivindicação dos pais faz sentido.
Porém, a princípio, bom seria que essas mães dê graças por ter um gestor que se preocupa com seus filhos. Governos passados não ofereciam nem metade do atual. Pensem nisso.